Durante uma semana inteira eu chorei todos os dias.
Chorei até dormir,
até vermelhar os olhos,
até doer a cabeça.
Durante uma semana inteira eu estive de luto pela morte do nosso relacionamento.
Três anos.
Quando nos conhecemos você era uma variável na minha vida,
tudo era novo,
diferente
e excitante.
A variável se tornou constante.
Você foi minha única certeza nesses três anos.
Eu não tinha certeza sobre a faculdade, sobre o emprego, sobre mim mesma.
Mas sobre você não havia dúvidas.
Eu te amei primeiro.
Mas foi você quem disse antes.
Passamos por muitas coisas maravilhosas juntos, e por alguns maus bocados.
Foi um choque quando terminamos,
eu não estava preparada pra te deixar ir,
mas deixei mesmo assim.
Eu te odiei.
Quis morrer,
quis matar você.
Eu pedi para os céus que você estivesse sofrendo
pelo menos um tiquinho da dor que estava dilacerando meu coração.
O coração que não sente,
mas o meu se quebrou,
posso até tê-lo ouvido se trincar e despedaçar quando te vi sair pela porta.
Durante uma semana eu te quis mal.
Quando a semana passou, o mês logo se acabou.
Um. Dois. Três. Quatro. Cinco...
São quase seis meses.
Quase meio ano.
Quase um terço do tempo que passamos juntos.
Eu achei que iriamos nos casar,
talvez mudasse meu pensamento sobre filhos.
Eu sonhei com uma menininha, com meus olhos e o seu jeito.
Pensei que escolheríamos os móveis para nossa casa juntos.
Achei que não sobreviveria sem você,
mas estou aqui vivendo um dia após o outro com um sorriso no rosto,
tentando recomeçar a cada dia.
Estou feliz?
Sim.
Aprendi que me basto,
não preciso de ninguém para respirar,
minha felicidade só depende de mim mesma.
Eu sou completa por mim mesma.
Não se engane, não deixei de te amar, acredito que nunca vá.
Mas agora vou continuar te amando daqui,
longe de ti,
amando nossas memórias,
aquelas que só nós mesmos conhecemos.
Se um dia nos reencontrarmos que bom. Se não, nada mais há a fazer.
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